Beija-flor-safira, uma joia intrigante

 Beija-flor-safira, uma joia intrigante

Ave, amigos!

A biogeografia é a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos no planeta. Na minha opinião é uma das ciências mais interessantes.

O que faz um beija-flor habitar matas até uma certa altitude enquanto outros conseguem viver num grande espectro altitudinal? Essa é só uma das inúmeras perguntas que a biogeografia se dispõe a responder.

Mas o fato é que temos mais perguntas que respostas em muitos aspectos e no que toca às nossas aves não é diferente.

A nossa estrela desse mês, o beija-flor-safira (Hylocharis sapphirina), é um desses interessantes casos.

No Wikiaves só temos registros dele na nossa bacia nos municípios de Antônio Dias, Ipatinga e Marliéria, onde se encontra sua menor altitude, próximo à foz.

Apesar de termos boas matas nas áreas mais altas da bacia, como na região do Caraça por exemplo, não encontramos esse belo beija-flor por lá.

Mas além dessa população da Mata Atlântica que se estende do Rio de Janeiro até Pernambuco, podemos encontrá-lo também na Amazônia e até numa área isolada do Paraguai e norte da Argentina.

Como há populações isoladas e em áreas tão afastadas uma das outras (disjuntas)? Mais uma boa pergunta para a biogeografia. Aliás, há outros beija-flores que desafiam ainda mais essa ciência, como é o incrível caso do beija-flor-azul-de-rabo-branco (Florisuga mellivora). Para os mais curiosos sobre o tema, vale a pena uma pesquisa.

 

Outra curiosidade sobre essa espécie é que geralmente tais populações disjuntas geram subespécies, que, grosso modo, são pequenas variações dentro de uma mesma espécie, ocasionadas justamente por tal separação territorial, mas o beija-flor-safira não possui subespécies, o que torna seu caso ainda mais intrigante, pelo menos para nós, leigos admiradores.

Dindão Dindão

Dindão

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