Beija-flor-safira, uma joia intrigante
- Aves do Piracicaba - João Sérgio
- Dindão
- 03/12/2024
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Ave, amigos!
A biogeografia é a ciência que estuda a distribuição dos seres vivos no planeta. Na minha opinião é uma das ciências mais interessantes.
O que faz um beija-flor habitar matas até uma certa altitude enquanto outros conseguem viver num grande espectro altitudinal? Essa é só uma das inúmeras perguntas que a biogeografia se dispõe a responder.
Mas o fato é que temos mais perguntas que respostas em muitos aspectos e no que toca às nossas aves não é diferente.
A nossa estrela desse mês, o beija-flor-safira (Hylocharis sapphirina), é um desses interessantes casos.
No Wikiaves só temos registros dele na nossa bacia nos municípios de Antônio Dias, Ipatinga e Marliéria, onde se encontra sua menor altitude, próximo à foz.
Apesar de termos boas matas nas áreas mais altas da bacia, como na região do Caraça por exemplo, não encontramos esse belo beija-flor por lá.
Mas além dessa população da Mata Atlântica que se estende do Rio de Janeiro até Pernambuco, podemos encontrá-lo também na Amazônia e até numa área isolada do Paraguai e norte da Argentina.
Como há populações isoladas e em áreas tão afastadas uma das outras (disjuntas)? Mais uma boa pergunta para a biogeografia. Aliás, há outros beija-flores que desafiam ainda mais essa ciência, como é o incrível caso do beija-flor-azul-de-rabo-branco (Florisuga mellivora). Para os mais curiosos sobre o tema, vale a pena uma pesquisa.
Outra curiosidade sobre essa espécie é que geralmente tais populações disjuntas geram subespécies, que, grosso modo, são pequenas variações dentro de uma mesma espécie, ocasionadas justamente por tal separação territorial, mas o beija-flor-safira não possui subespécies, o que torna seu caso ainda mais intrigante, pelo menos para nós, leigos admiradores.