As mudanças climáticas e a mídia – 2

 As mudanças climáticas e a mídia – 2

 Conscientes do papel da mídia e ancoradas num marketing muito profissional as grandes empresas têm feito pesados investimentos em diferentes plataformas.

De um lado, este se tornou um eficiente instrumento de convencimento e de melhoria da imagem e das relações da empresa numa comunidade, do outro, elas se tornaram grandes anunciantes e, direta ou indiretamente, responsáveis pela estabilidade financeira daquela
empresa de comunicação contemplada com os anúncios.

Outro aspecto a ser mencionado são as matérias pagas, que aparecem “vestidas de notícias”, que são os “conteúdos patrocinados”. Elas camuflam a enorme diferença que existe entre o discurso empresarial e a realidade prática de ações concretas de preservação
ambiental, por exemplo, numa determinada região. Portanto, o interesse privado
(inclusive da empresa de comunicação) sempre prevalece sobre o interesse
coletivo ou público. 

Começa aí um grande dilema para o jornalismo verdadeiro e comprometido com nossa realidade: como realizar matérias de profundidade, se elas podem atingir diretamente os grandes anunciantes daquele veículo? O mesmo raciocínio se aplica à televisão, onde os
custos de veiculação da propaganda são infinitamente superiores: um minuto no
horário nobre da TV Globo, por exemplo, custa uma fortuna!!
 

Pesquisa publicada pela ANDI (Agência de Notícias dos Direitos da Infância), em 2008,  sobre a cobertura das Mudanças Climáticas na imprensa brasileira mostrou que o tema vinha ganhando cada vez mais visibilidade na mídia, certamente influenciada por grandes acontecimentos internacionais que aconteceram naquele período, como a  divulgação dos primeiros relatórios do Painel Intergovernamental sobre Mudanças do Clima (IPCC), e o lançamento do filme Uma Verdade Inconveniente, de Albert Gore (naquele ano eles ganharam conjuntamente o Prêmio Nobel da Paz). 

Hoje, 15 anos depois, a ocorrência de eventos climáticos extremos tem tido um tratamento editorial diferenciado e diário: o fenômeno El Nino, as ondas de calor por todo o país, a seca na Amazônia e as constantes chuvas e inundações na parte sul do Rio Grande do Sul mudaram o ritmo da cobertura da mídia sobre este tema, especialmente a partir de 2023.

Um aspecto fundamental é que os jornalistas e suas editorias de meio ambiente também
precisam estudar e se familiarizar com os conceitos, os fatos, eventos e os
desdobramentos das mudanças climáticas. A mídia ainda tem muitos desafios para
aprimorar seu trabalho na cobertura deste tema tão importante. É preciso falar
e discutir as causas e principalmente o que todos devemos e podemos fazer e quais são atribuições e responsabilidades dos governos, das empresa e da população em geral. 
dãos comuns, precisamos entender que combater as mudanças climáticas é firmar um compromisso com as próximas a maior fonte de informação e de influências da sociedade civil na questão socioambiental tem sido a mídia, principalmente a televisão, vamos cobrar matérias sobre programas e experiências interessantes e positivas de governos
estaduais, centenas de secretarias municipais de meio ambiente, ONG´s, empresas, proprietários rurais, associações comunitárias que precisam ser divulgadas; elas mostram que qualquer iniciativa é melhor do que ficar de braços cruzados criticando e esperando os 

* Claudio B. Guerra é consultor ambiental na bacia do Rio Doce nos últimos 30 anos. Fez o mestrado em recursos hídricos pelo UNESCO Institute for Water Education, em Delft, na Holanda.

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Dindão Dindão

Dindão

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