O rapinante Cauré, fantástico falcão-morcegueiro

 Caros amigos leitores, a estrela desse mês é um pequeno e belíssimo falcão que pode ser encontrado em quase todo país. 

Na nossa bacia, esse falcão de 30 cm de comprimento já foi registrado praticamente em todos os municípios, tanto em áreas naturais (geralmente florestais ou próximo destas), quanto nas cidades. 

Em 2012 pude registrá-lo no centro de Rio Piracicaba, e recentemente chegou ao meu conhecimento um registro publicado nas redes sociais de um cauré na área urbana de João Monlevade. 

Há registros desse magnífico falcão na área urbana de cidades maiores, como Petrópolis e até Belo Horizonte. Também há registros dele na cidade do Rio de Janeiro, provavelmente devido à Floresta da Tijuca, que está muito presente em grande parte da Cidade Maravilhosa. Lembrando que tais dados são retirados do site Wikiaves, base de dados que é referência no país. 

Como um dos seus nomes populares diz, o cauré, ou falcão-morcegueiro, tem uma certa preferência por morcegos. Inclusive a primeira vez que registrei esse falcão ele estava se alimentando de um morcego, em um reserva ecológica em Nova Lima/MG. 

Um artigo científico publicado pelo biólogo Luiz Salvador Jr., grande especialista em aves de rapina e um dos colaboradores dessa coluna, relatou a predação de Falco rufigularis (nome científico da espécie) sobre o bico-de-lacre (espécie africana de passarinho que colonizou o Brasil), na área urbana de Belo Horizonte/MG.

A presença de algumas espécies de aves de rapina em grandes cidades é bem conhecida, como é o caso de carcarás, carrapateiros e gaviões-carijós. Outras, menos comuns, como o caso da grande águia-serrana em BH, e mais recentemente no Rio de Janeiro, onde foi registrada na Urca, também chama a atenção. A grande presença de pombos-domésticos explica em parte a presença dessa imponente águia na área urbana da capital das Alterosas, onde se especializou em sua caça (há muitos relatos de sua presença no Parque Municipal, caçando pombos). Na cidade do Rio de Janeiro, o grande gavião-asa-de-telha também se especializou nessa presa e hoje talvez seja a cidade brasileira com a maior população desse acipitrídeo (em São Paulo, capital, também é encontrado e provavelmente pelo mesmo motivo).

Sabemos que muitas aves de rapina são predadores oportunistas, adaptando-se às mudanças impostas ao meio ambiente. Um dos casos mais interessantes que já pude presenciar, inúmeras vezes aliás, é o de carcarás que, nas primeiras horas do dia, sobrevoam rodovias em busca de animais atropelados à noite.

Bem caros amigos leitores, então fica a dica, fiquem de olho pois em qualquer lugar podemos encontrar esses magníficos predadores, falcões, águias, gaviões, as incríveis aves de rapina. 

Fonte: UFU