1994 – 2024

Parece que foi ontem. Trinta anos – uma vida. Lembro nos mínimos detalhes o plantio, o manejo, o cultivo e a colheita da primeira edição desse periódico.

Muita luta, muita perseverança, esperança, alegrias, tristezas e decepções, mas em meio disso tudo uma certeza – sempre seguir em frente e sempre seguindo os conselhos de minhas balizas:  minha querida avó – Julita Laureta Madeira de Barros Ferreira Mendes (Vó Julita) que me dizia: “Fale sempre a verdade, pois fazendo isso você pode falar alto e até gritar”. Ela também, assim como minha querida guerreira mãe, Geralda Mendes Gonçalves, me ensinaram a estar conectado com a natureza através do cuidado com as flores – antes de frutificar é preciso que as plantas floresçam.

Outro pilar do periódico foi o primo José Saturnino de Barros e Freitas (Maninho – ao qual faço uma homenagem aqui), que foi o incentivador, colaborador, defensor, apoiador, vendedor, escritor e  colunista do Tribuna e guardião do Piracicaba, durante todo tempo que esteve aqui nesse plano.

Recebemos apoio de muitas pessoas, instituições e de muitas empresas – nem tem como citar todos – mesmo porque, até os que atentaram contra o veículo e esse editor, de certa forma contribuíram e muito para o crescimento, a estabilidade e a solidez do empreendimento de comunicação.

Dentre os inúmeros trabalhos desenvolvidos, tivemos o privilégio de, em 1994, contribuir com o enquadramento das águas da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, feito à época pela FEAM, sob coordenação de Paulo Maciel Júnior, autor do livro “A última floresta”. E 30 anos depois, outro privilégio, fazer parte do reenquadramento dessas mesmas águas, lutando pela manutenção da qualidade das águas de inúmeros trechos da nossa bacia.

Olhando para o caminho percorrido vemos que tudo valeu muito a pena e que, apesar de vermos que a humanidade caminha para um abismo, com o aquecimento global, desmatamento, destruição de nossa casa comum causada pelo consumismo desenfreado, temos a consciência e a certeza, revendo nossas páginas em nosso arquivo, que nossa participação para construção de um mundo melhor, mais agradável, justo e equilibrado, foi efetiva.

E, vamos continuar nosso trajeto, assim como o rio, sempre em frente.

30 anos – Duas Expedições

Privilegiado também foi a participação em duas importantes expedições na Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba – Expedição Piracicaba – 300 Anos Depois e Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio.

A primeira, idealizada e coordenada pelo engenheiro ambiental novaerense Cláudio Bueno Guerra, hoje colunista colaborador desse periódico, sendo nossa participação como apoio, cobertura e divulgação – e a segunda como idealização e coordenação, em duas versões – 2019 e 2023.

A Expedição Piracicaba – 300 Anos Depois (1999) forneceu base para a criação do CBH Piracicaba (2000), que completou também 24 anos esse mês de fevereiro e forneceu também subsídios para a realização da Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio (2019 – vinte anos depois).

O projeto Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio, com uma metodologia simples e dinâmica, chamou a atenção dos órgãos gestores estadual e federal (IGAM e ANA) e acabou sendo incluído nos Planos Diretores de Recursos Hídricos dos seis comitês mineiros parte da Bacia do Rio Doce (Caratinga, Manhuaçu, Piranga, Piracicaba, Santo Antônio e Suaçui).

Expedição Piracicaba 2025

Durante as discussões dos Planos Diretores de Recursos Hídricos, ficou definido que as expedições acontecerão de dois em dois anos como forma de monitorar as condições das águas para manutenção do enquadramento recém aprovado, promover a mobilização social para a necessidade da revitalização dos cursos d´água da bacia, promover a integração entre os municípios da bacia, a educação ambiental e apresentar as ações desenvolvidas pelos comitês.

A Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio aconteceu em 2023, portanto esse ano ainda deverão ter início os trabalhos de planejamento para a Expedição Piracicaba 2025.

Que venham mais 30 anos

O Tribuna do Piracicaba já deixa um legado nesses últimos 30 anos de atuação na bacia, mas muita coisa precisa ser feita para salvar o essencial para a vida – água.

Estamos com a mesma disposição e energia que estávamos há 30 anos atrás.

 

Portanto, que venham os próximos 30 anos e que possamos envolver toda população da bacia nessa luta constante para preservar o que mais de valioso temos – água. Em nome de nossos filhos, netos, bisnetos e demais gerações futuras.

Dindão

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