Uma sensação maravilhosa, de muita gratidão
Em 2019, o amigo Geraldo Dindão Gonçalves me convidou para um trabalho que mais soou como lazer: coordenar a comunicação de uma expedição que percorreria os 241 km do Rio Piracicaba, principal afluente do Rio Doce , da nascente em Ouro Preto à foz em Ipatinga, em Minas Gerais.
O trabalho mostrou se irrecusável, tanto pelo desafio profissional quanto por ser eu natural de Rio Piracicaba, cidade homônima ao curso d’água que banhou o imaginário da minha infância e adolescência. Apenas o imaginário, pois entrar naquelas águas era (e ainda é) inviável.
Eu conheci o Piracicaba já doente e me diverti em seu leito nadando nas lembranças e causos dos velhos jequizeiros, alcunha dada ao povo da minha terra que, relatam as escrituras, jogava no rio pessoas de caráter duvidoso, presas dentro de jequis (uma armadilha de pesca).
Ao longo de 11 dias, a Expedição Piracicaba Pela Vida do Rio percorreu, por terra e pela água, todo o território da bacia hidrográfica, que abrange 21 municípios e abriga cerca de 1 milhão de habitantes.
Estivemos em escolas, praças, prefeituras, câmaras municipais, parques florestais, ONGs e diversos outros locais divulgando a causa da expedição: conhecer, por meio de estudos científicos, as aflições e doenças do rio para poder tratálo da forma correta.
O projeto promoveu estudos sobre qualidade da água, uso e ocupação do solo, parâmetros hidrológicos, análise de sedimentos e identificação de fontes poluidoras, além de focar na conscientização socioambiental.
Ao longo do percurso, eu e os companheiros expedicionários tivemos diversas aulas. E, felizmente, aprendemos sobre esperança e resistência. Conhecemos muita gente que ainda quer lutar por um rio vivo. São eles que importam.
Sobre meu trabalho, a cobertura conquistada foi excepcional, com o perdão do autoelogio. Reportagens em quatro grandes emissoras de TVs e uma série na Rede Minas, veiculações nas maiores rádios, jornais diários, revistas e portais do estado, cobertura em um sem número de veículos locais e regionais, muitas entrevistas concedidas e outras ações que geraram uma mídia espontânea que superou as expectativas.
Além disso, acabei me tornando a cara da expedição ao longo dos 11 dias, gravando os vídeos que, diariamente, relatavam nossa experiência. Um trabalho inédito para mim e que, apesar das limitações técnicas, me deixou extremamente orgulhoso. Meu papel envolveu ainda outras atividades ligadas à comunicação (redes sociais, captações de imagens etc.)
Coroando tudo isso, com enorme alegria tenho meu nome estampado na capa do livro da Expedição Piracicaba. A publicação, além dos resultados das pesquisas desenvolvidas pelos especialistas e professores que participaram do projeto, traz o diário de bordo escrito por mim, diariamente, ao longo dos 11 dias de jornada, dentre outras contribuições.
Uma sensação maravilhosa, de muita gratidão. Seguimos em frente, como o rio, em busca de novas experiências como essa.
Por: Thobias Almeida.