Recado dado!

Sinais : Não querendo ser apocalíptico, mas realista, temos que, para desencargo de consciência, chamar a atenção de nossas autoridades da Bacia Hidrográfica do Piracicaba – prefeitos, vereadores, juízes, promotores, lideranças civis, militares e eclesiásticas, para essa nova era que, infelizmente, o planeta entrou – A era da Ebulição Climática. Nem é mais sobre Aquecimento Global isso já passou.

Nossa região não está isenta desse processo – ao contrário, somos tanto susceptíveis como qualquer outra parte do mundo em que eventos extremos tem ocorrido – e sobre eventos extremos já escrevemos muito.

Os sinais estão aí: calor extremo em todo hemisfério norte provocando incêndios catastróficos nos EUA, Grécia, Espanha, Canadá, Portugal, Havai – com milhares de mortos. Ciclones e furacões causando chuvas torrenciais e inundações relâmpagos no Paquistão, EUA, Índia, Brasil (RGS) e Líbia, com milhares de mortos, sem contar os trilhões de prejuízos e suas consequências.

Alertas: Diante dos acontecimentos lá, podemos nos preparar, pois eles podem e vão chegar “cá”.

Os alertas estão para todo lado e o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), que conta com 95 de precisão em suas previsões, tem chamado a atenção para o fato de que, a junção dessa era de Ebulição El Nino, colocarão o Brasil numa rota de eventos extremos sem precedentes.

Diante desse fato, o órgão tem cobrado das autoridades um empenho total na preparação de suas equipes de Defesa Civil, planejamento para enfretamento desses eventos e estruturação de toda uma logística para minimizar o impacto disso tudo que vem por aí.

Não sabemos ainda, com tanta antecedência, do que nos atingirá – pode ser calor extremo, seca extrema ou chuvas extremas, mas seja o que vier terá impactos profundos na população, merecendo uma ação coordenada e regional das autoridades e atenção da população.

Experiências próprias:

Infelizmente a cultura da nossa população não é de atender aos chamamentos das Defesa Civil, já que até a pouco tempo não tínhamos eventos extremos, como ocorre com outros países, acostumados a conviver com terremotos, furacões etc. – onde após um único chamamento, milhares de pessoas, organizadamente, deixam suas casas.

No início de 2022, após uma parte da Bahia ter sido devastada por enchentes relâmpagos, o clima extremo chegou em Minas Gerais e a Bacia Hidrográfica do Piracicaba foi uma das regiões mais atingidas no estado.

Na ocasião, de posse dos alertas, as Defesa Civil de várias cidades da região planejaram evacuações, cadastraram áreas a serem atingidas, avisaram moradores, insistiram, imploraram e infelizmente, poucos seguiram as orientações.

Resultado: milhões de prejuízo, milhares de pessoas em toda região perderam praticamente todos seus bens e o pior – colocaram em risco a vida dos socorristas e provocaram o colapso do precário sistema de socorro das cidades que, quando as águas subiram, tiveram que buscar atender centenas de pessoas ao mesmo tempo. Faltou barcos, homens, estrutura, tempo.

A situação só não foi pior devido aos esforços hercúleos das forças de segurança – Bombeiros Militar e Civil, PM Mamb, Polícias Militar e Civil, Defesa Civil e Voluntários que, arriscando as próprias vidas em meio ao caos, enfrentaram as correntezas e águas barrentas e contaminadas para resgatar moradores ilhados no que foi considerada a pior cheia de pelo menos os últimos 50 anos.

Gestão das águas e gestão de riscos: O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, assim como seus antecessores foram duramente criticados por ambientalistas e especialistas das áreas da hidrologia por não terem colocado em prática os planos de saneamento e gestão das águas no estado.

Os especialistas têm chamado a atenção para o fato de os Comitês de Bacias Hidrográficas deterem estudos, conhecimentos, projetos e ações com objetivo de gerenciar as questões hídricas de um determinado hidro território, mas nunca são ouvidos e ou envolvidos nas políticas públicas dos municípios onde tudo acontece.

Saneamento básico vai muito além de apenas rede de água e esgoto, envolvendo também a gestão das águas, seja no trabalho objetivando melhorar a qualidade e a quantidade das águas no hidro território bem como a questão da drenagem, principalmente urbana, onde acontecem as tragédias.

O uso e ocupação do solo de forma a não levar em conta as questões ambientais coloca em risco a população e a qualidade de vida de toda uma bacia hidrográfica.

Sem respeitar as questões ambientais não existe gestão de risco.

Infelizmente as questões ambientais não são prioridades para nenhum governo, salvo raríssimas exceções.

Parque do Areão: Em meio à ondas de calor e desequilíbrio ambiental pra todo lado, João Monlevade já vai seguindo um caminho inverso – pelo menos no que diz respeito a busca pela recuperação de seus espaços naturais.

A atual administração, apesar dos percalços e da lentidão que a burocracia do serviço público impõe, já vai promovendo a revitalização do Parque do Areão e promete entregar à população, em breve, um espaço agradável para o lazer e a educação ambiental.

Antes mesmo de ter estruturas completas, a população já vem usufruindo do espaço desde que a prefeitura promoveu a limpeza e tem mantido segurança e vigilância 24 horas no local.

Principalmente nos fins de semana, famílias inteiras têm buscado a beleza e tranquilidade do local, para passeios, caminhadas e piqueniques.

A cidade merece esse espaço revitalizado.

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