Queimada é crime – mas cadê a punição?
Entramos em mais um período de estiagem e nessa época do ano é preciso reforçar a importância da conscientização da população quanto às queimadas.
Na verdade as queimadas este ano antecederam o período e já no mês de junho tivemos inúmeras – em João Monlevade, muitas delas criminosas – como no caso do Parque Municipal do Areão que passa por processo de revitalização.
Mesmo que na área urbana, as queimadas sejam proibidas o ano todo, é neste período que a situação fica ainda mais grave. Com o clima seco, a qualidade do ar piora naturalmente e a fumaça agrava muito mais a situação. É bom lembrar que o problema das queimadas não é somente ambiental, mas também como de saúde pública. A fumaça no ar já seco prejudica, e muito, quem tem problemas respiratórios, principalmente os mais frágeis – bebês, crianças e idosos.
A situação tende a complicar nesse momento de pandemia com hospitais lotados e, com as queimadas, os pacientes com problemas respiratórios correm risco maior de contrair a Covid-19, que ataca justamente o sistema respiratório.
Considerando principalmente essa pandemia, aquelas pessoas que estiverem em tratamento por esta infecção podem ter uma piora considerável em seu quadro de saúde ou maiores dificuldades na recuperação devido ao potencial tóxico destas queimadas urbanas.
Se o fato de cometer um crime ambiental não for suficiente para sensibilizar as pessoas, vale salientar que os efeitos da fumaça e fuligem produzidos por estas queimadas podem causar ainda intoxicação, acidente vascular cerebral (AVC), desordens cardiovasculares, enfisema pulmonar, asma, conjuntivite, bronquite, irritação dos olhos e garganta, tosse, falta de ar, nariz entupido, vermelhidão e alergia na pele, além de contribuir para o efeito estufa e aumentar ainda mais os efeitos negativos provocados pela baixa umidade do ar nos períodos de seca. Se houver fuligem, soma-se ao seu potencial tóxico, o gasto de água (geralmente potável) para a limpeza.
A consciência deve partir de todos. Queimadas são crime ambiental, passível de multa e inclusive prisão, caso o responsável seja pego em flagrante. Mas mesmo que haja fiscalização reforçada, o que geralmente ocorre na época de estiagem, o problema não será sanado sem a participação da população.
Quem ainda tem o hábito de usar o fogo para queimar restos de folhas no quintal ou limpar terrenos baldios com o fogo, precisa compreender que essas ações são prejudiciais e criminosas e atingem a todos.
Por outro lado o que se espera é que os responsáveis pela fiscalização e pela segurança da população, haja e que os infratores sejam punidos e com rigor, até mesmo para que sirva como exemplo para que outros não repitam o mesmo crime.
Já passou da hora de todos entenderem que não se pode promover queimadas de nenhum tipo na área urbana. Ninguém ganha com esse tipo de ação.