Convivendo com o perigo
Sessenta e quatro barragens ameaçam toda uma região.
Em um trabalho inédito que vem sendo desenvolvido pelo geólogo do Centro de Desenvolvimento da Tecnologia Nuclear, Dr. Paulo Rodrigues e pela bolsista de Iniciação Científica do CDTN e graduanda em geologia pela UFMG, Mira Gomes, vai se desenhando uma situação de causar arrepios aos mais destemidos homens.
Trata-se de um levantamento detalhado da situação em que e encontra a Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba em relação ao número de barragens de rejeito de minério que colocam em risco 45 dos principais cursos dágua que alimentam toa vida da região onde vivem cerca de 800 mil habitantes.
Na contramão do que estaria sendo recomentado sobre as operações minerárias após os dois maiores desastres do Brasil com barragens – Fundão e Brumadinho, onde se prega o uso de operação a seco, essas estruturas continuam se proliferando.
Todos os dias os noticiários trazem informações sobre famílias sendo removidas de suas casas, suas propriedades, vidas inteiras perdidas e, a maioria da população, que também corre o risco, se apresenta alheia ao perigo.
Gerações futuras comprometidas
Se por um lado, o imediatismo do lucro, geração de emprego e impostos movimentam as cidades, por outro assinam a sentença de comprometimento da vida em toda região – com o fim destes minérios e com ele, o fim dos recursos hídricos, isso se não for levado em conta outras tragédias, já que os monitoramentos e laudos das empresas não são confiáveis, pois são os mesmos que levaram à morte cerca de 300 pessoas e vários rios.
Para mudar o quadro é necessário que todas as gestões municipais da bacia formem uma frente para, desde já, tratar desse futuro que se encontra bem mais próximo que se imagina.