Projeto Piracicaba – Servindo a esperança

A Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, que engloba 21 cidades, se encontra longe das condições ideais no que diz respeito ao tratamento de esgoto e efluentes e controle de sedimentos.

Como se não bastasse, a manutenção de estradas rurais sem as devidas técnicas necessárias e ou implantação de equipamentos como “bacias de decantação” e a ocupação urbana desordenada, acabam promovendo um constante carreamento de sedimentos aos cursos dágua, o que tornam as águas, em dias de chuvas, turvas e barrentas.

Somados a isso tudo a bacia ainda tem que suportar a cultura da população que ainda não se conscientizou sobre o descarte correto do lixo e para completar, vive ainda sob ameaça de barragens de rejeito de minério.

Somente mesmo a natureza sob regência divina para suportar tudo isso há décadas a fio.

ETEs

Com ETEs em funcionamento apenas nas cidades de Catas Altas, Itabira, Ipatinga, Jaguaraçu e parte de Timóteo e Coronel Fabriciano, em 15 cidades o esgoto é lançado in natura nos cursos dágua.

Em implantação (a passos lentos) se encontra São Gonçalo do Rio Abaixo e João Monlevade, São Domingos do Prata com projetos aprovados e em estudos preliminares se encontra Alvinópolis e Rio Piracicaba.

Portanto as cidades de Mariana (Santa Rita Durão), Barão de Cocais, Bom Jesus do Amparo, Santa Bárbara, Nova Era, Antônio Dias e Marliéria ainda não apresentaram projetos e ou posicionamento para colocar em prática o Plano de Saneamento Básico que foi patrocinado pelo CBH Piracicaba.

Esses municípios contam com prazo e poderão ser acionados pelo MPMG para que cumpram o que já foi definido pela legislação.

Expedição Piracicaba

Há 21 anos, em 1999, o engenheiro ambiental Cláudio Guerra, lançou olhar sobre a bacia e promoveu a Expedição Piracicaba – 300 anos depois. Com objetivo de conhecer detalhadamente a situação do Piracicaba e seus afluentes, o trabalho lançou um fio de esperança de dias melhores para a bacia.

Em 2019, durante os dias 26 de maio a 5 de junho, objetivando revitalizar essa esperança, o Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio e o CBH Piracicaba, sob coordenação técnico científica da Unifei – Campus Itabira, percorreram as 21 cidades da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba, mobilizando a população e desenvolvendo um estudo sobre as condições da mesma.

Com apoio de laboratórios parceiros – Unifei Campus Itabira, SAAE Itabira e UFOP de Ouro Preto e ainda do CDTN que fará análise de sedimentos, a Expedição poderá apresentar um diagnóstico detalhado – apontando o que, quem e onde é o problema do rio.

Além das análises físico-químicas da qualidade da água serão apresentadas também estudos sobre o uso e ocupação do solo em toda bacia hidrográfica – trabalho feito com as mais modernas técnicas, também desenvolvido pela Unifei.

Será feito ainda um parâmetro em relação aos trabalhos realizados pela Expedição Piracicaba – 300 Anos, formando um quadro comparativo apresentando as mudanças ao longo desses anos.

Esperança

De posse de todo esse estudo, o Projeto Piracicaba propõe uma nova expedição para apresentação desse trabalho – em forma de publicações – Revista Viva Piracicaba e Livro Técnico Científico – mobilizando toda bacia e sugerindo ações para reverter o quadro em que se encontra nossos cursos dágua.

O fio de esperança lançado em 1999, pela recuperação da bacia – ganhou força 20 anos depois e segue firme – servindo o propósito de transformar e equilibrar a desenvolvimento e a sustentabilidade. Não vivemos sem o rio.

Foto
Na foto da capa, membros da Expedição Piracicaba, no fim de um dia de domingo, após exaustiva caminhada, transportam material coletado da nascente do Piracicaba – em Ouro Preto.

tp

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