Museu temático no Areão
João Monlevade pode sediar maior museu temático de maquetes da América Latina.
Projeto “Mostra Estrada Real” aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura do Governo Federal poderá equipar futuro Parque do Areão.
Parceria com a Prefeitura poderá incorporar ao futuro museu temático do Parque do Areão o projeto “Mostra Estrada Real”, composto por maquetes de patrimônios históricos dos Caminhos dos Diamantes e do Ouro, já aprovado pela Lei de Incentivo à Cultura. O artista plástico monlevadense André Freitas e seus parceiros no projeto, buscam patrocínio junto à Fundação ArcelorMittal.
Dr. Laércio, prefeito eleito de João Monlevade, se comprometeu a apoiar o projeto para que fique na cidade, já que outros municípios disputam sediar o Museu. “Ouro Preto e Itabira querem o museu em seus territórios, mas achamos que Monlevade, por ser nossa terra, tem preferência, principalmente por agora termos a esperança de dias melhores com uma nova administração”, comentou André Freitas.
O projeto “Mostra Estrada Real” tem como objetivo confeccionar maquetes de edificações marcantes das cidades que compõem a Estrada Real e que foi aprovado e publicado no Diário Oficial em 6 de abril de 2020. Desde então, o artista articula parcerias para colocá-lo em prática. “É um projeto de grandes dimensões que vai se tornar um museu temático de destaque no turismo regional, estadual, nacional e até internacional”, disse o artista.
O Assessor de Comunicação do Projeto, Geraldo Dindão Gonçalves, fazendo parte da Equipe de Transição de Governo do prefeito eleito, Dr. Laércio Ribeiro, apresentou ao futuro chefe do executivo a ideia da instalação desse Museu Temático no Parque do Areão, já que consta em seu projeto inicial um equipamento semelhante – com isso um atrativo considerável seria agregado ao futuro Parque Ecológico do Areão.
O político não só aprovou a ideia como se disponibilizou a fazer contatos na tentativa de viabilizar o projeto para a cidade.
Mostra Estrada Real
O Projeto “Mostra Estrada Real” se apresenta dividido em várias etapas, sendo que a primeira consiste em um estudo profundo dos prédios históricos das principais cidades que são parte do Caminho do Ouro e do Caminho dos Diamantes, além de um levantamento com a participação popular para definir qual patrimônio será retratado.
O artista André Freitas fará um levantamento topográfico e arquitetônico do bem a ser retratado e tudo será registrado pelas lentes atentas do fotógrafo e cineasta Marley Melo, com o objetivo de gerar conteúdo e disponibilizar o material no site do projeto e nas oficinas.
Após essa primeira fase, André iniciará a produção de réplicas idênticas ao patrimônio escolhido, na escala 1:50.
O projeto contemplará nove edições em um total de 93 maquetes, tornando assim, o maior museu de maquetes do Brasil: “e com certeza um atrativo turístico importante para nossa cidade, estado, nosso país e até por estrangeiros; poderão também ser admiradas por pessoas que não têm acesso aos patrimônios de nossa rica cultura, conhecer suas histórias e valores”, destaca André.
As cidades e comunidades assistidas pelo projeto nessa primeira edição são: Diamantina, São Gonçalo do Rio das Pedras, Milho Verde, Serro, Alvorada de Minas, Conceição do Mato Dentro, Ipoema, Bom Jesus do Amparo, Barão de Cocais, Catas Altas e João Monlevade – que terá parte de sua arquitetura trabalhada, inclusive a antiga Praça do Cinema.
O projeto contempla ainda oficinas de fotografias e de artesanato, quando os interessados aprenderão como retratar em fotos e em miniaturas, a cultura mineira dos tempos da realeza.
Meio Ambiente
Segundo o artista André Freitas, a preocupação com o meio ambiente é parte do projeto, quando destaca a importância de apresentar um cuidado consciencioso e ecologicamente correto, usando materiais biodegradáveis para elaboração das peças e também do descarte consciente de resíduos, contribuindo para uma educação ambiental e patrimonial.
Buscando apoio
Devido a pandemia causada pelo SarsCov 2 – ou Covid 19, mesmo antes do projeto ser aprovado, o mundo paralisava. Diante dessa situação, segundo André Freitas, o projeto foi obrigada a dar uma desacelerada, mas o trabalho de busca de apoio foi contínuo.
No início de dezembro, sob orientação da Gerência de Comunicação da ArcelorMittal Usina de Monlevade, foi feito um cadastro no site da Fundação ArcelorMittal Brasil.
A Fundação retornou comunicando ter sido cumprida a primeira etapa do processo (veja comunicado abaixo).
“Atenção. Informações sobre o Projeto (20307): Mostra na Estrada Real
Número de Autorização (CA, PRONAC ou equivalente):201790
Prezado(a) Empreendedor(a).
Acusamos o recebimento de seu projeto e informamos que ele será mantido em nosso banco de projetos.
A primeira etapa será a análise do atendimento aos critérios estabelecidos pelas nossas Políticas de investimento cultural, esportivo e de saúde, disponíveis no site: www.fundacaoarcelormittalbr.org.br.
Após esta análise, seu projeto seguirá para a reunião de nosso comitê, ainda sem data prevista para realização. O resultado será comunicado em breve por meio deste e-mail.
Reiteramos nosso compromisso de transparência e, sobretudo, de responsabilidade com as comunidades, empreendedores, artistas, atletas e governos envolvidos nos processos de produção e gestão cultural, esportiva e social.
Atenciosamente,
Fundação ArcelorMittal Brasil_”
André Freitas acredita que a empresa não vai se furtar de apoiar um projeto dessa envergadura na cidade que conta com uma unidade que produz o melhor aço do mundo e que também teve sua origem justamente ligada às Estradas Reais – afinal, as Forjas Catalãs fabricavam ferramentas para diversas minas de ouro da época.
Museu Temático no Areão
“O projeto do Parque do Areão já contemplava a criação de um Museu Temático em seu espaço. Com a eleição do Dr. Laércio, que tem dentro de suas propostas a construção do parque e o projeto “Mostra Estrada Real” ter sido aprovado pela Lei Rouanet, foi só juntar as peças”, comentou Dindão, que é, de alguma forma, parte dos dois projeto – atua na comunicação da Mostra e é parte da equipe de transição do governo.
Segundo ele, Monlevade ganha com isso um espaço que se tornará um museu sobre a Estrada Real, aberto à visitação para que muitos possam acessar um pouco da história e contribuir culturalmente para as gerações futuras.
As alterações no planejamento de trabalho causadas pela pandemia, segundo o artista André Freitas, acabaram por criar essa “oportunidade única” de potencializar o projeto.
Reconhecimento
Quem conhece o trabalho do André Feitas – ou, André Maquetes, não tem dúvidas da qualidade de sua arte, não foi à toa que Zeca Camargo – do programa “Éh de Casa” – da TV Globo, se deslocou do Rio de Janeiro até João Monlevade, exclusivamente, para fazer a matéria principal de uma das edições com o “Mestre das Maquetes“.