Faltar água em Monlevade é rotina

O corpo humano é constituído por 70% de água, portanto, você pode até sobreviver sem energia elétrica, sem dinheiro, sem roupa e consegue até sobreviver por um bom tempo sem comida – mas sem água, após 4 dias, praticamente é caminho sem volta.

Em João Monlevade a crise hídrica é uma realidade e a população, mesmo em época de chuva, passa pelas adversidades que a falta do precioso líquido causa.

Tirando a ineficácia do sistema – temos ainda a situação esdrúxula do próprio MODELO de captação, tratamento e distribuição de água na cidade.

João Monlevade capta água no Rio Santa Bárbara na parte mais baixa da cidade – trata essa água bem próximo ao ponto de capitação e posteriormente bombeia essa água tratada por toda a cidade – num sob morro sem fim – resultando num custo sem precedente para tentar fazer a água chegar na população.

Além do custo elevado com energia elétrica, aquisição e manutenção de bombas, merece destaque o desperdício de água ao longo desse processo – já que diante tanto bombeamento e pressão na rede – comum também é o rompimento de adutoras, o que faz jorrar água tratada ou dinheiro público para o esgoto.

Nascentes desprezadas

Para completar o triste quadro hidrológico da cidade – temos ou tínhamos, inúmeros cursos dágua e nascentes por todos os morros, encostas e montanhas da cidade – que poderiam ter sido usadas para fornecer água de qualidade para toda população, com custo bem mais baixo – menos tratamento e uso da própria gravidade para distribuição.

Entretanto, esse rico manancial foi desprezado e hoje esses cursos dágua ou minguam ou já secaram há tempos, deixando toda a cidade a mercê do abastecimento provido pelo Rio Santa Bárbara que, de uma hora pra outra – poderá ser atingindo por um rompimento de barragens de rejeito de minério da Vale – lembrando que temos uma delas – Sul Superior em Barão de Cocais, em nível 3 de emergência e três em nível 2 de emergência.

Ainda não temos um PLANO B.

Legenda Imagens – Estação de Tratamento de Água do DAE ao lado do Rio Santa Bárbara. Esforço para jogar água até as partes altas de Monlevade.
O valor cobrado pela água tratada é tão baixo que ela é jogada fora. É preciso desenvolver políticas e processos, que vão além da conscientização da população.

tp

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