5 anos da tragédia de Fundão

Cinco anos após o rompimento da barragem de Fundão o CBH-Doce se mantém firme na luta em prol da reparação e da recuperação

Há exatos cinco anos a maior catástrofe ambiental já ocorrida no Brasil trouxe danos irreparáveis, transformando drasticamente o cenário e a vida na Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

Primeiramente, o CBH-Doce reafirma a sua solidariedade a todas as comunidades, familiares e amigos atingidos pela tragédia.

O rompimento da barragem de Fundão, no município de Mariana (MG), despejou milhões de metros cúbicos de rejeito na calha do rio provocando graves impactos socioambientais e a morte de dezenove pessoas.

Nesse contexto de repercussão mundial, o CBH-Doce, cumprindo sua missão, intensificou e fortaleceu seu papel estratégico na articulação dos diversos atores visando à preservação e recuperação ambiental na região.

O Comitê é um órgão colegiado com atribuições normativas, deliberativas e consultivas, integrante do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, formado por representes do poder público, usuários e sociedade civil.

Desde o rompimento, o CBH-Doce, junto aos comitês de bacia dos rios afluentes mineiros e capixabas, trabalha incessantemente participando de forma ativa dos processos de reparação e recuperação, liderados pelo Comitê Interfederativo (CIF), além de seguir firme na implementação dos programas e projetos desenvolvidos com recursos próprios, que evolvem ações de saneamento básico em áreas urbanas e rurais, recomposição de nascentes e áreas de preservação permanente, controle de atividades geradoras de sedimentos, incentivo ao uso racional da água, entre outras.

O CBH-Doce possui representantes em diversas Câmaras Técnicas do CIF, participando ativamente das discussões sobre segurança hídrica, qualidade da água, restauração florestal, biodiversidade, gestão de rejeitos e segurança ambiental, além de compor o plenário do CIF e do Conselho Consultivo da Fundação Renova, Comitê da Bacia do Rio Doce – CBH-Doce, instituição criada por meio de Termo de Transação e Ajustamento de Conduta para executar o processo de reparação e recuperação da Bacia.

Em meio a esse cenário, o ano de 2020 trouxe mudanças e desafios para a gestão de recursos hídricos na Bacia do Rio Doce com a saída do Instituto BioAtlântica (IBIO), que atualmente exerce a função de Agência de Água, e a delegação de uma entidade sucessora, a Associação Pró-Gestão das Águas da Bacia Hidrográfica do Rio Paraíba do Sul (AGEVAP).

A nova entidade, cujos trabalhos estão previstos para iniciar ainda este ano, possui dezoito anos de experiência, alcançando resultados de excelência na execução de obras, programas e projetos. Essa expertise será fundamental para alavancar a implementação de ações na bacia, sobretudo neste momento em que será iniciada a revisão do Plano Integrado de Recursos Hídricos e a elaboração da proposta de enquadramento para a Bacia.

Nesse sentido, o CBH-Doce reafirma o seu compromisso com a recuperação e a reparação social e ambiental da bacia. Sabemos que ainda há muito a ser feito e não descansaremos, trabalhando, com firmeza, na luta em prol da Bacia Hidrográfica do Rio Doce.

Flamínio Guerra – Presidente do CBH Doce

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