Candidatos – atentem para a mobilidade urbana
Novos prefeitos precisam atentar para a mobilidade urbana
A bicicleta merece especial atenção, além de ecologicamente correta, ela gera saúde e desafoga o trânsito
Os futuros gestores das cidades da Bacia do Piracicaba assumirão em 2021 cidades com graves problemas de mobilidade urbana e que, por menor que sejam, já enfrentam esse problema.
Os números refletem uma situação grave, onde motoristas sofrem com a perda de tempo no trânsito e sem lugar para estacionar; usuários de transporte público com as péssimas condições e insuficiência de ônibus; e pedestres e ciclistas com a falta de respeito e espaço para circular com segurança pela cidade.
Juntos, todos sofrem com a poluição, a degradação dos ambientes de convivência e o aumento da agressividade nas ruas.
Por outro lado, por todo o mundo, o uso da bicicleta vem sendo tratado como um importante indicador de qualidade de vida, havendo um consenso crescente entre técnicos, gestores e urbanistas sobre a necessidade de inclusão definitiva deste modal nas políticas urbanas.
Com a ameaça de contaminação pelo novo coronavirus, o distanciamento se faz necessário e vital – o que pede evitar o uso do transporte público. O uso da bicicleta se tornou então um caso de saúde pública.
Mobilidade Urbana
No início de 2012 entrou em vigor a Política Nacional de Mobilidade Urbana que, entre outras diretrizes, indica a “prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados”, sugerindo aos gestores públicos atenção especial à mobilidade por bicicletas como alternativa para as cidades.
Inúmeras cidades da bacia, apesar de grande adesão da população, ainda não conseguiram incluir a bicicleta de maneira efetiva nas políticas de transporte, sem nenhuma infraestrutura cicloviária.
Para atender essa demanda crescente, as cidades precisam de gestores dispostos a investir efetivamente na mobilidade por bicicletas, oferecendo condições de articulação com o transporte coletivo e realizando ações em todas as regiões das cidades.
O Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio apresenta aqui um conjunto de propostas que deverão nortear o trabalho de gestores/as comprometidos/as com a melhoria da qualidade de vida destas cidades:
Propostas
1) Desenhar um plano cicloviário para toda a cidade baseado em estudos e pesquisas, criando uma rede de ciclovias, ciclofaixas e rotas de bicicleta que garantam deslocamentos seguros e confortáveis aos cidadãos. Executar o plano de acordo com os prazos anunciados para projetos e obras.
2) Aumentar em 1% por ano o orçamento municipal de transportes destinado à mobilidade por bicicletas por meio do Plano Plurianual, atingindo 4% do total de recursos em 2024.
3) Promover a participação da sociedade civil (ciclistas), no Conselho Municipal de Transportes, garantindo o acesso fácil à informação e estabelecendo mecanismos efetivos de diálogo formal com a sociedade sobre programas, projetos e ações de interesse dos ciclistas.
4) Integrar a bicicleta ao transporte público, criando redes cicloviárias ao redor dos terminais (pontos) de ônibus e estação ferroviária. Instalar e manter bicicletários integrados aos terminais e estações, que sejam gratuitos, adequados à demanda e com o mesmo horário de funcionamento do transporte coletivo.
5) “Acalmar” o trânsito, com adoção do limite de velocidade, e instalação de dispositivos como rotatórias, faixas de pedestre elevadas, sinalização horizontal e outros.
6) Garantir a travessia segura de pedestres e ciclistas em locais de risco.
7) Desestimular o uso do automóvel, aumentando as restrições de circulação e estacionamento em via pública, ampliando calçadas e calçadões e dando prioridade absoluta aos investimentos no transporte coletivo e na mobilidade de pedestres e ciclistas.
9) Desenvolver campanhas e programas permanentes de educação para todos que participam do trânsito, privilegiando o deslocamento seguro de pedestres e ciclistas. Intensificar a fiscalização dos comportamentos que colocam em risco a vida e ampliar as ações para locais e horários que hoje não têm fiscalização (noites, regiões periféricas e interior dos bairros).
10) Melhorar a convivência dos serviços de transporte público sobre pneus (ônibus e taxis) com as bicicletas, implantando programas de educação e reciclagem permanente de todos os condutores. Garantir condições adequadas de trabalho aos motoristas, privilegiando a direção segura em detrimento da pressa.