Em 2020, é hora da natureza!

A crise instaurada pelo novo coronavírus deixou mais aberta a nossa relação com a natureza.

Por isso, este ano é fundamental olharmos para ela e refletir sobre a oportunidade que estamos tendo para construir uma relação na qual sejamos mais respeitosos com quem tudo nos dá: os alimentos que ingerimos, o ar que respiramos, a água que bebemos e o clima que nos permite habitar o planeta Terra.

A atividade invisível da natureza organiza todas as formas de vida. Anualmente, por exemplo, as plantas marinhas produzem mais da metade do oxigênio da atmosfera e uma árvore é capaz de limpar o ar ao absorver 22 quilos de dióxido de carbono, liberando oxigênio em troca.

Toda esse ciclo perfeito da natureza é degredado pelo ser humano – o único ser vivo que tem esse tipo de ação que atenta contra a sua própria existência.

É a partir dessa consciência que podemos promover a mudança necessária para estarmos neste planeta. O Dia Mundial do Meio Ambiente é uma data que resgata esses valores promovendo uma série de ações ambientais.

Se pensarmos nos eventos recentes que chocaram o mundo – incêndios na Amazônia e nas florestas da Austrália, bem como o rompimento de barragens de mineradoras em Minas Gerais -, é evidente como as nossas ações interferem no meio ambiente, ao mesmo tempo em que nossas vidas estão completamente atreladas a ele.

Celebrar a biodiversidade é reconhecer que ela sustenta toda forma de vida na Terra. Qualquer interferência nela produz um efeito cascata, afetando, por exemplo, a saúde humana, como estamos tendo a oportunidade de reconhecer com uma pandemia provocada por um vírus invisível para nós.

A Organização das Nações Unidas (ONU) discute que o surgimento da Covid-19 enfatizou o fato de que, quando destruímos a biodiversidade, destruímos o sistema que sustenta a vida humana.

Biodiversidade

O tema do Dia Mundial do Meio Ambiente 2020 é biodiversidade. A campanha #HoraDaNatureza é um apelo à ação global para combater a crescente perda de espécies e a degradação ambiental, além de chamar a atenção para a relação entre a saúde humana e a saúde do planeta.

Com demandas crescentes, os seres humanos estão sobrecarregando a natureza. Nos últimos 50 anos, a população mundial dobrou, a economia global quase quadruplicou e o comércio cresceu quase dez vezes.

A crise da COVID-19 evidenciou que, ao destruir a biodiversidade, se destrói o próprio sistema que sustenta a vida humana. Ao perturbar o delicado equilíbrio da natureza, são criadas as condições ideais para a propagação de patógenos – incluindo os diferentes tipos de coronavírus.

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) é solidário com as bilhões de pessoas em todo o mundo que estão sofrendo com o impacto da pandemia global da COVID-19. Agora, a prioridade é limitar sua propagação e proteger as pessoas.

À medida que os países reabrirem as fronteiras e os governos aprovarem pacotes de estímulo para a criação de empregos, a redução da pobreza, o desenvolvimento e o crescimento econômico, será necessária uma melhor reconstrução.

Para isso, é preciso aproveitar oportunidades de investimentos sustentáveis, como energia renovável, construções inteligentes, contratos públicos ecológicos e transporte público – guiados pelos princípios e padrões de produção e consumo sustentáveis.

Políticas públicas mal coordenadas podem piorar a situação de desigualdade e insustentabilidade em que vivemos e reverter as conquistas alcançadas no desenvolvimento e na redução da pobreza.

Ao mudar radicalmente o relacionamento com a natureza, é possível evitar futuras pandemias e buscar um planeta mais saudável e sustentável que funcione para todas e todos.

tp

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