IEF mantém cuidados com unidades de conservação

O cuidado com as unidades de conservação em Minas Gerais, administradas pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF), permanece durante o período de distanciamento social provocado pela pandemia da Covid-19.
Apesar da suspensão das visitas, determinada pelo IEF por meio da Portaria 48, servidores de Parques Estaduais, Estações Ecológicas e Monumentos Naturais seguem realizando a manutenção de trilhas, aceiros e demais áreas das unidades neste período.

Os trabalhos são realizados levando em consideração as diretrizes sanitárias do Comitê Extraordinário Covid-19, do Governo de Minas. Além da manutenção nas áreas verdes, transmissões ao vivo em redes sociais também começam a ser realizadas para integrar o público às unidades de conservação durante a quarentena. Atualmente, o IEF administra 92 unidades de conservação no Estado, das quais 21 são abertas ao uso público.

Um dos espaços abertos à visitação em períodos normais é o Parque Estadual do Pico do Itambé, localizado nas cidades de Serro e Serra Azul de Minas, na Região Central do Estado. Lá, os funcionários foram escalados de maneira estratégica para evitar aglomerações durante o desempenho das atividades de manutenção das áreas e atrativos, de acordo com a gerente da unidade, Silvia Duarte.

“Fizemos uma escala de forma que no máximo duas pessoas vão para a manutenção de um espaço e nossa orientação é para que todos usem máscaras”, frisa a gerente. Durante o período sem visitação, as ações têm se concentrado na limpeza de trilhas de uso público e trabalhos nos aceiros (instrumentos utilizados na prevenção de incêndios florestais). “Quando chegar o momento de reabertura dos parques estaremos em boas condições de atender a população, certamente”, acrescenta.

Situação parecida ocorre no Parque Estadual Serra Verde, localizado na Região Norte de Belo Horizonte, segundo o gerente André Portugal Santana. Ele diz que os trabalhos essenciais para a proteção da unidade de conservação vêm sendo realizados. “Sem essas atividades a gente corria o risco de uma perda ambiental muito grande. Então nossas ações envolvem, principalmente, a proteção da unidade e a manutenção das áreas verdes contra crimes ambientais”, destaca.

Além da manutenção de trilhas e aceiros, os servidores do Serra Verde, que também trabalham respeitando o distanciamento social e utilizando máscaras, realizam plantio de mudas e outras ações no viveiro. “Esperamos reabrir a unidade ao público com um padrão igual ou quem sabe até melhor de quando houve a suspensão da visitação, porque temos visto em alguns estudos que a natureza está se recuperando também com este distanciamento do ser humano”.
Outras unidades do Estado com atividades similares são o Monumento Natural Estadual Peter Lund, o Parque Estadual do Ibitipoca, a Estação Ecológica de Corumbá, Parque Estadual Serra do Papagaio e o Parque Estadual Nova Baden. Em todas elas o trabalho ocorre em turnos intercalados, com divisão dos servidores e uso de máscaras e outros equipamentos de proteção individual (EPIs).

Diretor de Unidades de Conservação do IEF, Cláudio Castro explica que a manutenção é necessária neste período e pode ajudar a inibir práticas de crimes ambientais nas áreas. “A obrigação de cuidar das unidades de conservação permanece. São estruturas complexas, territorialmente muito grandes. É importante que se mantenha uma dinâmica de trabalho e de fiscalização também”, pondera.

Castro acredita que, ao fim da quarentena, as unidades de conservação podem ser um dos destinos mais procurados por turistas. “Esperamos um fluxo de visitação grande, que vai contribuir para a dinâmica de recuperação econômica do Estado e municípios. Para isso, elas precisam estar em boas condições”, complementa.

Interação nas redes sociais

Recurso utilizado por artistas de todo o mundo durante a quarentena, as lives também estão integrando a rotina das unidades de conservação do Estado durante a pandemia. A primeira realizada foi pela gerente do Parque Estadual do Ibitipoca, na Zona da Mata Mineira, Clarice Silva, no último sábado (2/5).

Com o intuito de integrar a sociedade à rotina e curiosidades do parque, a transmissão foi realizada pela página do parque no Instagram (@peibitipoca). “A ideia surgiu quando fui vendo que muitas pessoas estão sentindo falta de visitar o parque devido ao distanciamento. A live é uma oportunidade de levar o parque às pessoas”, diz.

Outras transmissões serão realizadas pela gerente. A próxima será no próximo sábado (9/5), às 10h. A transmissão terá também a participação de Pablo Casella do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). “Estamos propondo temas de educação ambiental, da atualidade. É um momento de troca de conhecimento e informações, porque é função do parque, além de promover que as pessoas desfrutem da natureza, educar ambientalmente e engajar a sociedade na valorização da conservação dos recursos naturais”, acrescentou a gerente.

Cláudio Castro diz que as lives fazem parte do contexto atual, mas que também serão incorporadas nas rotinas das unidades de conservação. Para o diretor, a atividade é um momento de compartilhamento de experiências, além de propor uma interação com os visitantes. “É como se a gente tivesse conseguido colocar as pessoas dentro do parque, mesmo estando cada uma em suas casas. Havendo condições técnicas, podemos pensar em outras maneiras para se fazer as lives”, diz Castro.
Segundo ele, além das transmissões já programadas pelo Parque Estadual do Ibitipoca, outras lives, com gerentes de outros parques e convidados serão realizadas neste período. As atividades serão previamente divulgadas nas redes sociais do Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Minas Gerais (Sisema) @meioambienteminasgerais.

Diretor-geral do IEF, Antônio Malard, também acredita que as lives podem estreitar as relações da unidade com a sociedade civil e órgãos parceiros. “Com o espaço do chat as pessoas podem fazer perguntas e tem as respostas na medida do possível. A ideia é expandir isso para outras unidades”, comentou.

O diretor destaca ainda que os visitantes têm a oportunidade de ampliar ainda mais o conhecimento sobre a gestão que tem sido desenvolvida pelo IEF nas unidades de conservação. “É um momento importante de abrir um debate, mostrando a visão do órgão ambiental sobre diversos temas. É uma oportunidade também de discutir sobre como enfrentaremos a nova realidade para a visitação após a crise do coronavírus”, finalizou o diretor-geral.

Suspensão de visitas

A suspensão da visitação nas unidades de conservação administradas pelo IEF em Minas Gerais foi estabelecida pela Portaria 48. A medida começou a valer em 17 de março, foi prorrogada em 16 de abril e não tem prazo estipulado para término.
O objetivo com a decisão é evitar a aglomeração de pessoas nas unidades de conservação, o que pode favorecer a contaminação pelo vírus, conforme determinou o Comitê Extraordinário Covid-19 do Governo de Minas.

tp

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