Você sabe o que está na água que você bebe?

O crescimento acelerado

O crescimento populacional acelerado vivido em todo o planeta nas últimas décadas tem proporcionado um consumo exacerbado de todos os bens naturais. Tanto os recursos hídricos quantos os minerais e vegetais estão sendo constantemente explorados e danificados. Nesse cenário de “crescimento”, a produção de diversos novos produtos como medicamentos, cosméticos e diferentes tipos de plásticos tem ganhado destaque.

Após a utilização desses produtos descartáveis, jogamos fora sem saber qual é o seu real “final”, confiamos aos órgãos governamentais o seu destino correto. De forma geral, nossos resíduos possuem três principais fontes de lançamento: esgoto sanitário, resíduo urbano e efluentes industriais. Cada uma dessas fontes proporciona, significativamente, o contato de todos nossos resíduos com a natureza.

Descarte 24h

Enquanto você lê essa matéria, todo o seu esgoto sanitário é descartado na mesma bacia hidrográfica que está o curso d’água que abastece a sua casa, sem nenhum tratamento prévio ou com tratamento de baixa eficiência. Isso mesmo: a água que você consome vem do mesmo lugar que você joga o seu esgoto. Nesse mesmo momento, toneladas de resíduos urbanos são despejados em “bota foras”, lixões e aterros sanitários da bacia hidrográfica que você vive com toda sua família. Esses locais possuem legislações ambientais imponentes e severas que conduzem a necessidade de existir sistemas eficientes para tratar os resíduos corretamente, porém, onde não ocorre fiscalização com penalizações, não funciona.

A principal conclusão é que descartamos incorretamente todos esses resíduos (esgoto sanitário, efluentes industriais e resíduos urbanos), acarretando uma contaminação da água da bacia das nossas comunidades. Ao longo de anos, sem grandes alarmes, todos os resíduos (ex. pilhas, baterias, celulares, pneus, plásticos, remédios vencidos, termômetros, resíduos dos sanitários e muitos outros) foram descartados nas nossas bacias, e até hoje são. É a soma de pequenas escalas de contaminantes provocando uma grande contaminação final.

Os micro contaminantes emergentes e a potabilidade das nossas águas

Os principais compostos presentes nessas águas contaminadas são os chamados microcontaminantes emergentes. Esses compostos são assim conhecidos pois são encontrados em concentrações muito baixas (microgramas por litro ou até nanograma por litro), porém, mesmo nessas concentrações, podem acarretar danos à saúde da população que consome essas águas. Estudos em todo o Brasil já demonstram que em águas de rios, lagos e mananciais, utilizados para o abastecimento público, já foram quantificadas dezenas desses microcontaminantes emergentes.

O problema

No Brasil, o padrão de potabilidade em vigência é a Consolidação de número 5 de 28 de setembro de 2017 do Ministério da saúde. Nesse padrão atual brasileiro ainda não são considerados os microcontaminantes. Portanto, hoje, caso um manancial que abastece uma cidade brasileira receba algum lançamento de esgoto sanitário, efluentes industriais ou resíduos urbanos, as chances de possuir algum tipo desses compostos é grande. Porém, como a legislação exige da concessionária promover o tratamento das águas conforme o padrão atual (Consolidação Nº 5), o mesmo não exige nenhum tratamento para a remoção desses microcontaminantes, caso estejam presentes. Ou seja, nenhuma concessionária que abastece nossa população precisa remover esses microcontaminantes.

Atualização do padrão de potabilidade

Visando atuar com melhorias na nossa comunidade, a Oak Energia escreveu ao Ministério da Saúde do Brasil. Nessa oportunidade, o Diretor da Oak Energia (Diego Lima – Ph.D. Engenharia Ambiental) encaminhou uma proposta de atualização do padrão de potabilidade. Nesse documento, o doutor em engenharia ambiental menciona a “necessidade iminente de inclusão do monitoramento dos microcontaminantes emergentes mais comuns encontrados nas águas brasileiras”. Exemplos desses compostos são: medicamentos (sulfametoxazol, trimetoprima, diclofenaco, etinilestradiol, ibuprofeno e outros), cosméticos, plastificantes (bisfenol-A e nonilfenol-A) e hormônios (estriol, estrona, estradiol e outros). O objetivo desse pedido é promover a atualização desse padrão de potabilidade, adicionando a exigência de monitoramento e análises desses compostos nas águas tratadas e distribuídas para toda a população.

Segundo Ph.D. Diego Lima a iniciativa da Oak Energia foi amparada e fundamentada nos estudos científicos já realizados na literatura internacional, na qual organizações como a WHO (World Health Organization) e USEPA (United State Environmental Protection Agency), além de distintos artigos científicos, demonstram os efeitos negativos na fauna aquática exposta a esses compostos. Nesse sentido, as legislações internacionais já incluem esses e outros microcontaminantes emergentes em seus padrões de potabilidade, evitando que toda a população seja exposta a tais compostos.

Aqui no Brasil temos diversos trabalhos científicos atuais que comprovam a presença desses microcontaminantes emergentes em águas naturais brasileiras (rios e lagos), esgoto sanitário e até mesmo em águas tratadas (após o tratamento convencional realizado nas ETA).

Além de não poluir mais o meio ambiente, o professor Dr. Diego Lima informa que se deve tratar corretamente os resíduos gerados, para que a atual geração e as futuras possam desfrutar da sociedade com um ecossistema mais saudável. “Vamos juntos buscar nossos direitos”, defende o professor.

Por Ph.D. Diego Lima – Diretor Oak Energia

tp

Related post