Populares registram descarga de óleo no Rio Santa Bárbara
Santa Bárbara – Moradores da rua Conselheiro Afonso Pena, no bairro Praia em Santa Bárbara, filmaram no dia 10 de março, o que se pode denominar de crime ambiental – o vazamento vindo da rede de esgoto que cai direto no Rio Santa Bárbara de grande quantidade de óleo. O lançamento desse produto no rio teria durado cerca de 30 minutos sendo durante todo tempo registrado por moradores. Representantes da Prefeitura estiveram no local no dia, mas não souberam informar a origem do material.
A aposentada Maria de Fátima de Deus Silva, 54 anos, mora em frente ao rio e contou que não é a primeira vez que ela e sua família registram derramamento de óleo naquele mesmo local. Além do dano ao meio ambiente, ela relata que a substância também tem mau cheiro e incomoda toda a vizinhança. A aposentada teme que o produto polua ainda mais o rio, que já recebe esgoto das casas.
“A gente já observou que de 90 em 90 dias este óleo é derramado no rio. Ele vem por este cano e geralmente dura uns 15 a 20 minutos, mas esse último ficou meia hora, mais ou menos. Ninguém nunca nos deu explicação de nada, nós já levamos para as pessoas o conhecimento disso, mas ninguém deu retorno”, reclamou Maria de Fátima.
A Secretaria de Meio Ambiente foi acionada e esteve no local, entretanto, até o momento não conseguiu identificar a origem do poluente.
PM Mamb
A Polícia Militar de Meio Ambiente do 2º Grupamento do 4º Pelotão da 12ª Cia PM Mamb também foi acionada na data de 10 de março quando compareceu ao local o Cabo Diogo Sales de Miranda e o Soldado Gilberto Júnior de Assis Reis.
Os militares compareceram ao local do fato, sendo identificada a tubulação alvo da denúncia e constatado que o fluído que saia da tubulação, no momento da fiscalização, possuía baixa turbidez e não haviam manchas de óleo no curso d’água ou resíduos de óleo na vegetação marginal.
Os militares conversaram com a senhora Maria de Fátima, moradora da residência em frente ao local do fato, a qual informou que presenciou o fato; que, na data de 10 de março de 2020, por volta das 15 horas, saiu um grande volume de fluído de coloração turva pela tubulação; que o fluído possuía forte odor semelhante ao odor de óleo mecânico; que a tubulação contem esgoto da rede pública municipal oriundo de diversos imóveis; e que não sabia informar quem seria responsável pela atividade.
Os militares percorreram o perímetro adjacente e fiscalizaram alguns empreendimentos potencialmente poluidores, dentre eles:
– Posto de combustíveis H7, que exerce atividade de posto de combustíveis automotivos e troca de óleo, sendo constatado que o local possui caixa separadora de água e óleo e um tanque subterrâneo de armazenamento de óleo, ambos em condição de funcionamento. Na oportunidade, foi verificado pelos militares as notas fiscais referente à coleta dos materiais poluidores.
A PM Mamb vistoriaram também a Oficina do Edson, que exerce atividade de manutenção mecânica de veículos e máquinas, sendo constatado que o local possui recipientes de armazenamento de materiais poluentes e realiza o descarte através de empresas terceirizadas, sendo apresentado as notas fiscais referente à coleta dos materiais poluidores.
Além dos empreendimentos descritos acima, foram fiscalizados outros empreendimentos de menor porte, estando os empreendimentos regularizados, segundo informou a Polícia Militar.
Diante dos autos os militares contataram ainda o secretário de meio ambiente do município, Felipe Fernandes Guerra, o qual informou que um fiscal da secretaria esteve presente no local, identificou o fato, realizou contato com moradores e com a secretaria de obras do município, contudo, não logrou êxito em identificar o responsável, não sabendo o secretário informar a origem dos materiais lançados junto ao esgoto municipal.
Ele informou também que a planta referente as tubulações subterrâneas estaria incompleta, sendo este mais um motivo que dificulta a identificação do ponto exato de onde poderia ter vindo a descarga do possível material oleoso.
O Tribuna entrou em contato com o secretário de meio ambiente que nos informou que a secretaria continua com a fiscalização: “Seguimos com as fiscalizações de todos os empreendimentos próximo, acreditamos não ser óleo. A PM Mamb já encaminhou o BO para a PC para instauração de inquérito e iremos enviar as informações que coletarmos das fiscalizações; além disso, foi orientado a população de acionar imediatamente a secretaria e, ou, coletar amostra da água. Estamos também, junto com a Secretaria de Obras, identificando a rede para esclarecer melhor”, informou.
Monlevade bebe água do Santa Bárbara
A água do rio – apesar de receber esgotos de Barão de Cocais, Santa Bárbara, Bom Jesus do Amparo e São Gonçalo do Rio Abaixo – é usada para abastecimento de João Monlevade pelo Departamento de Águas e Esgotos da idade, o que aumenta o impacto do ocorrido.
Com informações Diário de Santa Bárbara