Ariramba-de-cauda-ruiva – alegria da primeira passarinhada

Esse mês vamos “viajar” numa ave que faz a alegria de quem está começando na prática da observação ou fotografia de aves, a belíssima ariramba-de-cauda-ruiva (Galbula ruficauda).

Mas antes, um pouco de informação sobre essa espécie, também conhecida como beija-flor-da-mata-virgem, sovelão etc.

De fato as arirambas passam longe de ser beija-flor. Elas pertencem a outra família que vive em matas de todo Brasil, alimentando-se de insetos voadores, sendo a de-cauda-ruiva a mais comum das arirambas, ocorrendo sempre em áreas florestadas. Aqui mais um bom motivo para preservarmos as matas que nos restam, por menores que sejam, conservando espécies extraordinárias como a que ilustra nossa coluna esse mês.

Em Minas Gerais é muito avistada, praticamente em toda a bacia do Piracicaba, especificamente com registros nas cidades de Antônio Dias, Barão de Cocais, Bela Vista de Minas, Bom Jesus do Amparo, Catas Altas, Coronel Fabriciano, Ipatinga, Itabira, João Monlevade, Marliéria, Nova Era, Ouro Preto, Rio Piracicaba, Santa Bárbara, Santana do Paraíso, São Domingos do Prata, São Gonçalo do Rio Abaixo e Timóteo.

Primeira passarinhada

Para aqueles que desejam se aventurar em alguma floresta que ainda resta em nossa castigada bacia, em busca de nossa fauna alada, a primeira “passarinhada” pode não demorar muito a adquirir contornos decepcionantes.

No imaginário popular, cunhado por diversos documentários de natureza, tem-se uma falsa ideia de que basta estar numa floresta preservada para ver bichos incríveis em situações fantásticas. Contudo, a realidade começa a se apresentar depois de alguns minutos de incursão.

Dentro da mata a luz é escassa, as árvores altas, há uma grande quantidade de folhas, cipós e galhos, e os bichos geralmente são ariscos, se escondendo na densa vegetação, o que torna a observação/fotografia de aves em ambiente florestal uma atividade muito desafiadora (e também instigante).

Geralmente, o iniciante mal consegue ver alguns vultos opacos ou pequenos pontos voando distantes nas densas copas das árvores. Mas então, de repente, para seu espanto e deslumbre, depara-se com uma incrível criatura que não se enquadra em suas novas crenças, já adquiridas naquela primeira, e ao que tudo indicava, frustrante experiência.

Ao contrário de todas as outras, essa espécie não se esconde ou foge antes mesmo que você a veja. Fica ali parada, a meia altura, perfeita, deixando-se observar e fotografar sua beleza inédita, de cores reluzentes e formas transcendentes.

Com um pouco de paciência, poderá vê-la se precipitar no ar e capturar com maestria algum inseto voador com sua lança em forma de bico.

O birder, que até aquele momento achava que não sairia dali com nada interessante, sente-se agraciado em poder vivenciar tal experiência, e, satisfeito, pode então mostrar aos seus entes queridos o seu belo troféu. Uma bela recordação de sua primeira, e graças à bela ariramba-de-cauda-ruiva, inesquecível passarinhada na mata.

PS: Geralmente com um pouco de sorte e paciência, mesmo sem experiência, o observador terá outras interessantes experiências. Aconselha-se também sair sempre com alguém, para auxílio em caso de acidentes.

tp

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