Vale apresenta barramento de segurança à impressa

Obra em Barão de Cocais, para reter rejeito num cenário de rompimento da Barragem Sul Superior, terá primeira etapa entregue até dezembro deste ano

Barão de Cocais – A Mineradora Vale apresentou, durante coletiva à imprensa, a estrutura de contenção que está sendo construída próximo à Mina de Gongo Soco, em Barão de Cocais.

O evento aconteceu no dia 22 de outubro e é parte de uma série de visitas que a empresa promove – recebendo jornalistas, autoridades políticas, lideranças da comunidade entre outros.

O anfitrião, gerente de implantação de projetos, Rômulo Souto, responsável pelas obras, fez uma breve apresentação no escritório da empresa no centro de Barão de Cocais e posteriormente conduziu a comitiva até o local das obras.

Durante a explanação foi informado à impressa que com a construção do barramento de concreto toda região a jusante, ou seja, abaixo da obra, passa a ter segurança total, não sendo mais atingida caso ocorra um colapso da barragem de rejeito Sul Superior da Mina de Gongo Soco.

Questionado pelo editor do Tribuna do Piracicaba – A Voz do Rio sobre a questão da manutenção da qualidade das águas dos cursos dágua envolvidos o Gerente informou que um trabalho tem sido realizado para que seja mantida no mínimo a qualidade e quantidade atual, com monitoramento constante nos cursos dágua.

A obra

Atualmente com 17 metros de altura, ao final da obra a barragem de contenção em concreto terá 310 metros de comprimento e 36,5 metros de altura, com objetivo exclusivo de barrar um eventual colapso da barragem Sul Superior.
Segundo informou Rômulo Souto, a obra é necessária para que seja garantida a segurança quando iniciarem as obras de descaracterização ou descomissionamento da barragem Sul Superior: “Apesar de seguirmos todo um protocolo não sabemos sobre o comportamento da barragem quando iniciarmos sua descaracterização. Pra garantir a segurança total tanto da cidade quanto do curso dágua, estamos construindo essa obra que reterá todo material caso ocorra um colapso da barragem”, disse.

Prazo final

Segundo foi informado durante a visita, o acordado com as autoridades é que todo o processo de descomissionamento da barragem Sul Superior, que é dividido em três etapas, esteja pronto até 2027: “Mas acreditamos que isso aconteça antes”, disse o gerente.

As etapas programadas são: obras emergenciais para diminuição de danos em caso de colapso da barragem – em andamento com a construção da barragem de concreto; – descomissionamento da barragem Sul Superior – que é a remoção de todo rejeito de minério que será realocado em outra área com segurança – e por último a retirada das estruturas emergenciais seguido do reflorestamento e revitalização do local.
Destino do rejeito
O representante da mineradora informou não saber ainda como será feito o descomissionamento da barragem, afirmando ainda que a Vale estuda uma forma de iniciar a descaracterização da barragem por meio de máquinas. “O que está protocolado é que a gente faria uma recuperação total até 2027, incluindo a parte 3, então estamos programando e planejando a descaracterização dessa barragem de dois anos e meio a três anos. A princípio é isso, mas estamos estudando a melhor tecnologia, para que o início do processo seja até com equipamentos não tripulados – os VNTs”, explicou Rômulo Souto.

Questionado sobre o destino do rejeito retirado da barragem Rômulo informou que também não existe ainda uma definição, apenas estudos para uma melhor e mais segura disposição desse material.

Retorno de moradores

Sobre o retorno dos moradores das comunidades atingidas de alguma forma pelo risco de colapso da barragem – Socorro, Piteiras, Tabuleiro e Vila Gongo Soco, o gerente disse que, a partir de janeiro de 2020 será iniciado entendimentos para retorno de moradores a jusante da obra, já que a mesma terá sido concluída. Já os moradores a montante, deverão retornar somente após concluída todas as obras de descaraterização da Barragem Sul Superior que, conforme o informado, seria após setembro de 2022.

Questionado se empresa estaria comprando propriedades de moradores das localidades interditadas, foi informado que essa situação estava a critério dos moradores que têm a opção de querer vender.

tp

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