Beija-flor-magnífico – o topetinho vermelho

*Texto e fotos: João Sérgio

Conhecido também como topetinho-vermelho e topetinho-magnífico, o beija-flor-magnífico faz jus tanto ao seu nome popular, como também ao científico: Lophornis magnificus, que em latim significa pássaro com topete magnífico. Aliás, como veremos, não é só o topete que é magnífico nessa espécie.

O beija-flor-magnífico é endêmico do Brasil, ou seja, ocorre somente em nosso país e geralmente ocorre na borda de florestas, em regiões montanhosas. Apesar de não estar ameaçado de extinção, é uma espécie rara em grande parte de sua área de ocorrência, encontrá-lo é sempre motivo de festejo por parte de observadores de todo mundo.

Interessante ressaltar que a observação de aves é uma atividade muito comum em países desenvolvidos, só nos EUA são mais de 40 milhões de observadores que movimentam bilhões de dólares com o birdwatching.

Pesando somente 3 gramas e medindo 6,8 centímetros da ponta do bico à ponta da cauda, é a menor espécie de beija-flor do Brasil e uma das menores do mundo! A fêmea dessa espécie também tem lá sua beleza, mas como é de praxe no mundo das aves, a Natureza é bem mais generosa com o macho, afinal ele tem a missão de conquistar a fêmea.

Além do magnífico topete, o macho possui extraordinários leques de penas que saem da face, e que, quando excitado, se eriçam de forma espetacular.

Outra proeza desse pequeno notável é produzir um som muito forte, tipo um choque elétrico, algo parecido com um “rrreep”, enquanto voa a toda velocidade.

Já tive o privilégio de escutar tal som na Natureza e foi muito interessante porque não conseguia detectar sua origem (encontrar esse diminuto beija-flor pousado no mato já não é tarefa fácil, imaginem voando em alta velocidade…). Era um lugar onde havia muitos beija-flores (inclusive um magnífico), então imaginei que fosse ele, pois para escutar o som e não ver quem produziu, só podia ser coisa daquela minúscula ave ou de algum duende querendo pregar uma peça.

Depois, pesquisando no site Wikiaves, pude confirmar: era realmente mais um dos truques do magnífico beija-flor. Aliás, descobri que ele usa normalmente esse som em seu complexo display de reprodução, espécie de apresentação rebuscada em que ele tenta seduzir a fêmea.

Infelizmente caros leitores, muito provavelmente devido ao desmatamento secular em nossa região, é muito raro observarmos essa incrível ave.

Nesses quase 9 anos fotografando nossa natureza, encontrei somente uma fêmea na parte santabarbarense da serra da Gandarela. Mariana e Serra do Caraça são outros lugares onde também já foi visto na bacia do Rio Piracicaba.

Reflexão

 

Despeço-me deixando uma reflexão: O Homem, quando destrói árvores nativas, florestas, talvez não saiba o alcance de tal destruição. Não é simplesmente mato que ele mata, mas muitos seres magníficos que, uma vez “sem teto”, estão fadados ao desaparecimento. 

Dindão

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