Inundações no sul, prova dos efeitos violentos das mudanças climáticas

 Inundações no sul, prova dos efeitos violentos das mudanças climáticas

Chuvas intensas inundaram em poucas horas localidades inteiras do Rio Grande do Sul, causando morte e destruição, um cenário que evidencia os efeitos do aquecimento excessivo e a lentidão dos governos em se adaptarem à crise climática, afirma um especialista.

Os moradores de Muçum e de outras cidades gaúchas enlutadas pela passagem de um ciclone asseguram que nunca haviam visto o rio Taquari transbordar como no início de setembro, atingindo regiões elevadas e distantes de seu curso.

Uma semana depois da tragédia, os trabalhos de limpeza continuavam nas ruas enlameadas de Muçum, onde foram encontrados 16 dos 47 mortos pelo ciclone. O número de desaparecidos foi reduzido de 46 para nove, segundo o último balanço oficial.

Especialistas atribuem essas tragédias aos eventos climáticos extremos, cada vez mais recorrentes no mundo, como as chuvas torrenciais que atingiram outros lugares como Hong Kong, Grécia e Líbia neste mesmo mês.

Chuvas intensas o que acontecia em um mês inteiro, acontece em 24 horas , ondas de calor recordes completamente fora dos padrões, períodos de estiagem prolongados….

São uma bombarelógio, que altera os padrões de chuva e temperatura. Áreas que não eram afetadas [pelas inundações] começam ser a partir de agora.

Falta de planejamento e gestão das águas

Para Dakir Larara Machado Silva, professor de climatologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Muçum foi atingida por um evento climático raro e altamente desafiador em termos de previsão. E que provavelmente se repetirá.

Machado da Silva afirma, ainda, que a ausência de protocolos claros (como de evacuação, por exemplo), bem fundamentados corrobora com a dificuldade do poder público, em suas distintas esferas e escala, no enfrentamento às mudanças climáticas.

Também enumera tarefas pendentes mais ambiciosas, como planejamento urbano, sistema de alertas e uma política de gestão sustentável da água.

O ciclone afetou mais de 330.000 pessoas em 100 locais do estado, com mais de 1,3 bilhão de reais em perdas estimadas.

Fotos

Nas imagens, mesmo avisados, moradores ignoraram alertas e acabaram perdendo seus bens.

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