ArcelorMittal lança meta de redução de emissão de CO2
A ArcelorMittal Brasil lançou no início do mês de junho, meta de reduzir suas emissões de CO₂ em 10% até 2030. O compromisso foi anunciado durante evento de divulgação do Relatório de Sustentabilidade da ArcelorMittal 2020, como parte das ações da empresa para marcar a Semana do Meio Ambiente. A meta instituída para as operações do Grupo ArcelorMittal no Brasil é um passo intermediário dentro do esforço global da produtora de aço de se tornar carbono neutro até 2050. Globalmente, a companhia já se comprometeu com investimentos de cerca de R$ 1,9 bilhão para o desenvolvimento de tecnologias de carbono neutro pelos Centros de Pesquisa & Desenvolvimento do Grupo ArcelorMittal.
Segundo Benjamin Baptista Filho, presidente da ArcelorMittal Brasil e CEO ArcelorMittal Aços Planos América do Sul, a redução das emissões de CO₂ é uma exigência de governos, sociedade e consumidores de aço de todo o mundo e está em linha com as premissas do Acordo de Paris, o tratado mundial para combate aos efeitos do aquecimento global. “A indústria do futuro será carbono neutro. E a ArcelorMittal está empenhada em liderar o processo de transição e colaborar decisivamente para que os objetivos do Acordo de Paris sejam alcançados”, afirma Baptista.
A integração do desenvolvimento sustentável à estratégia do negócio é essencial para garantir que o aço seja o material de escolha em um mundo mais circular e de baixo carbono. “A ArcelorMittal está comprometida publicamente com os objetivos de reduzir significativamente os impactos ambientais, ser uma empresa mais inclusiva e igualitária, atenta aos anseios da sociedade e sua responsabilidade na redução da pegada de carbono do aço. Para atingir esse propósito, iremos buscar as tecnologias disponíveis, ajustar os processos e produzir aço de forma mais reciclável e renovável”, explica Jefferson De Paula, CEO ArcelorMittal Aços Longos LATAM e Mineração Brasil.
Entre as iniciativas a serem desenvolvidas e implementadas pela ArcelorMittal Brasil estão o aumento do uso de sucata como matéria-prima, a utilização de gás natural e a otimização do uso do carvão vegetal nas unidades que já utilizam o combustível. De acordo com Guilherme Abreu, gerente-geral de Relações Institucionais e Sustentabilidade da ArcelorMittal Brasil, os ganhos de eficiência energética serão importantes para preparar a empresa para o grande salto a ser dado. “Até 2030 trabalharemos com melhoria dos processos existentes. Depois disso, teremos acesso a tecnologias disruptivas, que tornarão a ArcelorMittal carbono neutra até 2050. A empresa acredita que tem a escala, os recursos e a capacidade tecnológica para proporcionar um impacto significativo e já identificou as rotas para a fabricação de aço neutro em CO₂”, afirma.
Eficiência energética e redução de emissões
No segmento de Aços Longos da ArcelorMittal, boa parte da produção do aço é obtida por meio do uso de sucata de aço nos fornos elétricos, o que possui menor intensidade de emissão de CO₂. Além disso, a unidade de Juiz de Fora utiliza o carvão vegetal como agente biorredutor do minério de ferro em seus altos-fornos. O carvão vegetal é oriundo de florestas plantadas, sendo que o processo de produção do gusa permite que o ciclo do CO2 seja fechado (o CO₂ emitido é sequestrado pelo estoque florestal renovável da ArcelorMittal BioFlorestas). Assim, adicionalmente à contribuição para o clima, o manejo das florestas favorece a biodiversidade.
No segmento de Aços Planos, a planta industrial de Tubarão, a maior usina do Grupo no Brasil, é autossuficiente em energia elétrica, utilizando os gases gerados em seus processos, com uma geração interna equivalente ao consumo de cerca 1 milhão de pessoas no ano. A unidade também é pioneira entre as produtoras de aço no registro e comercialização de créditos de carbono e possui dois Projetos de Mecanismos de Desenvolvimento Limpo (MDL) aprovados pelo Comitê Executivo das Nações Unidas para Mudanças Climáticas. Um deles se destaca por ser o primeiro projeto aprovado para uma siderúrgica integrada no mundo e faz a cogeração de energia elétrica por meio do aproveitamento dos gases gerados na aciaria. O outro projeto adotado com geração de crédito de carbono é de recuperação de calor de uma das unidades de coqueria, que produz em média 170 MW de energia elétrica, com potencial de gerar créditos de 2,5 milhões de toneladas de CO2 em dez anos.